segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Primeiro de muitos...







E um mês depois perguntei:
- Onde você estava esse tempo todo?
E ela me respondeu:
- Nos lugares errados.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Eu te amo desde os teus pés até o que te escapa...


Eu sei que atrás deste universo de aparências
Das diferenças todas a esperança é preservada
Nas xícaras sujas de ontem o café de cada manhã é servido
Mas existe uma palavra que eu não suporto ouvir
E dela não me conformo
Eu acredito em tudo, mas eu quero você agora
Eu te amo pelas tuas faltas, pelo teu corpo marcado, pelas tuas cicatrizes
Pelas tuas loucuras todas, minha vida
Eu amo as tuas mãos mesmo que por causa delas eu não saiba o que fazer das minhas
Amo teu jogo triste
As tuas roupas sujas é aqui em casa que eu lavo
Eu amo a tua alegria
Mesmo e fora de sí eu te amo pela tua essência
Até pelo que você podia ter sido
Se a maré das circunstâncias não tivesse te banhado nas águas do equívoco
Eu te amo nas horas infernais e na vida sem tempo
quando sozinha eu bordo mais uma toalha de fim de semana
Eu te amo pelas crianças e futuras rugas
Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas e pelos teus sonhos inúteis
Amo teu sistema de vida e morte
Eu te amo pelo que se repete e que nunca é igual
Eu te amo pelas tuas entradas, saídas e bandeiras
Eu te amo desde os teus pés até o que te escapa
Eu te amo de alma para alma
E mais que as palavras
Ainda que seja através delas que eu me defenda quando digo que te amo
Mais que o silêncio dos momentos difíceis quando o próprio amor vacila.


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Casa comigo?

Me perguntou sem deixar brechas para recusa.
Sorri docemente, ainda com medo da tal resposta que poderia mudar completamente o rumo de minha vida. Todas as oportunidades, fracassos, metas, frustações passaram pela minha cabeça naquele momento. Uma resposta errada poderia por fim a tudo. E agora? Como? Quando? Por que me perguntou isso assim?

Enquanto aquele turbilhão de pensamentos duvidosos povoavam minha cabeça. Eis que a boca, em processo totalmente egoísta e independente, sem dar siquer um aviso prévio, se abre e formata a tão esperada resposta. O coração palpita, os pés gelam, o mundo se cala para ouvir o som daquelas palavras. Ela (a boca) toma para si a responsabilidade, assume os riscos e diz sem culpa, sem medo, de uma só vez: "SIM, Eu aceito".

O Céu se abre, o mundo pára e esse momento se eterniza para sempre na vida daqueles dois corações.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Crônica de um pedido...

- Escreve pra mim?
- Escrever o que?
- Nada demais, apenas dedica a mim algumas palavras...
Então...


"CRÔNICA DE UM PEDIDO (Dedicada à galega de outra pessoa)

Raro, mas acontece... e nada pode explicar o que sente uma mera escitora de blogs e livros nunca publicados, o que sente quando lhe pedem uns escritos, pequenas palavras rabiscadas num papel com significado e som, como se pudesse ouvi-las. O que fazer, como fazer e o que escrever, afinal!
Neste momento, inundáveis pensamentos vadios circulam sobre o objeto de tal escrita e tamanha é a força do pensar que pode sonar o "pesado" som dos choques de palavras ouriçadas pela liberdade.
Nada de contos eróticos, para re-afirmar, ou sonetos de amor eterno, para satisfazer, mas aqui, um registro tácito de que alguém merece linhas derramadas por pensamentos alegres e dedicados.
Tanto engalfinhamento mental para deslindar, ou tentar fazê-lo, na pessoa da Tamile Rios, esmiuça-la, talvez maior atenção mereça os seus belos e encantadores olhos verdes, uma atenção à parte.
Mulher, menina, ora decidida, ora exitante, por vezes desejada e com um mundo inteiro a desejar. Me nego a aceitar que em algumas poucas linhas sejam suficientemente simples para traduzir esta "galega". Quiçá um livro, ou uma trilogia, em vários capítulos de suas peripécias de vida, de menina-mulher-conquistadora-romântica-romanticista-birrenta da pele clara e olhos coloridos.
Ou simplesmente, escrever apenas uma crônica, que tem destino certo...você!
Assim, como nada pode superar a curiosidade e a alegria em ser-se e saber-se dedicada, agraciada e até mais... homenageada em sensíveis palavras cheias de carinho, e porque não amor... tão notável e tão seu, que chega a oscilar entre o fraterno e o desejável, mas apenas amor...incondicional...!

(Sem pensamentos dúbios ou recados trocados, te dedico escritos viscejantes...e seus...)

Com extremo carinho e respeito de uma amiga...incondicional! "

G.S.


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Lista da Invisibilidade...

Já notaram como sempre buscamos fazer parte da vida de alguém? Namorados... Amigos... Familiares. Sempre queremos estar próximos ou simplesmente precisamos saber que eles estão ali. Mas e a invisibilidade? Você já tentou ser invisível na vida de alguém? Sim, a fabulosa arte do sutil, do "não ser notado".

Assistindo a uma peça de nome "NU DE MIM MESMO", em uma dessas oportunidades culturais raras que minha cidade oferece, um dos atores falava justamente disso, da criação de uma lista onde você é um ser invisível. Exemplo:

- Um homem parado no sinal, retira os óculos e os limpa com o olhar pensativo. (Em que pensava? nunca saberemos.)
- Uma senhora sentada no banco da praça de um shopping, lendo um livro de auto-ajuda. (problemas conjugais? )
e a lista continua...
- Um jovem sentado num desses coffe express, gira repetidamente a xícara, passando o dedo suavemente pela borda. (Vale ressaltar que todos esse fatos aconteceram na vida real, todos eles os presenciei)

Não se trata apenas de curiosidade, da vontade de saber da vida alheia. O ser invisível vai além dessas conjecturas. Enquanto olho o outro, reflito sobre meus próprios problemas. Ninguém é perfeito, ninguém é 100% feliz, a magia da vida está justamente na forma como cada um lida com suas adversidades.

domingo, 8 de agosto de 2010

Magnólia...

Depois de várias tentativas frustadas, consegui assisti MAGNÓLIA. Sabe aqueles filmes que você tem que assistir duas ou três vezes para entender a real mensagem? Esse é um deles. O curioso não foi isso, mas ver esse filme hoje, particularmente hoje, me deixou mais depressiva que de costume. No filme, após uma "chuva bizarra de sapos", um dos personagens comenta sobre a dificuldade que tem em perdoar, em dar uma segunda chance a alguém. Ironicamente hoje, dia dos pais, eu também não consigo.

Sei que tenho todos os motivos do mundo para assumir tal decisão, mas essa é uma dor só minha. No dia dos pais, não conseguir ir ver àquele que lhe deu a vida, seu genitor, é torturante. Poderia usar a sociedade, a igreja, os conceitos familiares para amenisar minha culpa, mas não sou covarde o suficiente para me esconder atrás dessa montanha de futilidades. Gosto de assumir minhas imperfeições.

E enquanto àquele personagem questionáva-se sobre o perdão dentro do seu carro, eu, sentada à frente da televisão com minha xícara de café em punho, também me questionava sobre os rumos daquele domingo que deveria ser em família, com sorrisos e abraços fraternos. Sem conseguir o alivio da resposta, chorei.

Sai de casa, fui caminhar por ruas estreitas e parei na casa de um amigo querido, conversamos futilidades como de costume, mas as tais duvidas ainda povoavem meus pensamentos. Inquieta, voltei para casa.

Ao chegar ao meu apartamento, encontrei enrolada na porta uma flor. Olhei para os lados atrás do benfeitor da delicadeza do gesto, não o encontrei. Entrei em casa com um leve sorriso a face. Seria aquilo o perdão que buscava? Ou apenas mais uma coincidência da vida? Coincidências não existem, afirmou o filme.

Minha vida durante o dia inteiro caminhou em paralelo ao MAGNÓLIA, como se fizesse parte daquela história, seguindo um roteiro, mas escrito por quem? Deixo a critério do destino tal descoberta.

Mas àquele flor ainda me intriga. Quem a deixou? O que significa? Porquê hoje?
Embora o anonimato do gesto ainda me confunda, a FLOR, essa sim, ainda permanece comigo.

De volta a ativa...

Atire a primeira pedra quem nunca teve um blog e depois o deletou sem nenhum motivo aparente? A pois... comigo aconteceu da mesma forma, na verdade aquele blog nunca foi meu, o doei a alguém que não o quis, natural, as pessoas tem direito a fazerem escolhas, chamam isso de livre árbitrio, é claro que nada foi indolor, mas sobrevivi.
Minha grande dificuldade agora, é encontrar outra fonte de inspiração. Quando se está apaixonada as coisas já fluem com natureza poética, com rimas e versos bem formulados. E agora? Começo por onde? Não sei escrever sobre fantasias e histórias ficticias. Gosto de falar do real, do tangível.
Pensei em transformar esse canto em algo superficial, uma janela para meus trabalhos e conceitos profissionais, mas creio que não saberia como mantê-lo dessa forma. Falarei de mim, de meus desvaneios, angústias e tristezas, sendo essa última a mais emocionante de todas, já que a felicidade pouco me inspira, atraio-me pelo nostálgico. Não sei escrever poesias e desaprendi a fazer cartas de amor, mas tentarei me pôr sempre como protagonista em todas as histórias. Afinal nenhuma vida é mais importante que a minha. Por tanto, fiquem à vontade. Fecharei essa porta quando julgar necessário.