domingo, 8 de agosto de 2010

Magnólia...

Depois de várias tentativas frustadas, consegui assisti MAGNÓLIA. Sabe aqueles filmes que você tem que assistir duas ou três vezes para entender a real mensagem? Esse é um deles. O curioso não foi isso, mas ver esse filme hoje, particularmente hoje, me deixou mais depressiva que de costume. No filme, após uma "chuva bizarra de sapos", um dos personagens comenta sobre a dificuldade que tem em perdoar, em dar uma segunda chance a alguém. Ironicamente hoje, dia dos pais, eu também não consigo.

Sei que tenho todos os motivos do mundo para assumir tal decisão, mas essa é uma dor só minha. No dia dos pais, não conseguir ir ver àquele que lhe deu a vida, seu genitor, é torturante. Poderia usar a sociedade, a igreja, os conceitos familiares para amenisar minha culpa, mas não sou covarde o suficiente para me esconder atrás dessa montanha de futilidades. Gosto de assumir minhas imperfeições.

E enquanto àquele personagem questionáva-se sobre o perdão dentro do seu carro, eu, sentada à frente da televisão com minha xícara de café em punho, também me questionava sobre os rumos daquele domingo que deveria ser em família, com sorrisos e abraços fraternos. Sem conseguir o alivio da resposta, chorei.

Sai de casa, fui caminhar por ruas estreitas e parei na casa de um amigo querido, conversamos futilidades como de costume, mas as tais duvidas ainda povoavem meus pensamentos. Inquieta, voltei para casa.

Ao chegar ao meu apartamento, encontrei enrolada na porta uma flor. Olhei para os lados atrás do benfeitor da delicadeza do gesto, não o encontrei. Entrei em casa com um leve sorriso a face. Seria aquilo o perdão que buscava? Ou apenas mais uma coincidência da vida? Coincidências não existem, afirmou o filme.

Minha vida durante o dia inteiro caminhou em paralelo ao MAGNÓLIA, como se fizesse parte daquela história, seguindo um roteiro, mas escrito por quem? Deixo a critério do destino tal descoberta.

Mas àquele flor ainda me intriga. Quem a deixou? O que significa? Porquê hoje?
Embora o anonimato do gesto ainda me confunda, a FLOR, essa sim, ainda permanece comigo.

Um comentário:

  1. que postagem mais linda! nossa! não creio que não tinha lido isto antes! o perdão é realmente algo muito difícil... mas com o tempo vc cede para ele. e depois vai ver o quanto é melhor ceder!
    O blog está ótimo, mas quero ver ainda mais postagens.

    ah! e depois de tudo isso, sem dúvidas vou ver Magnólia.

    beijoosssss

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