quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Lista da Invisibilidade...

Já notaram como sempre buscamos fazer parte da vida de alguém? Namorados... Amigos... Familiares. Sempre queremos estar próximos ou simplesmente precisamos saber que eles estão ali. Mas e a invisibilidade? Você já tentou ser invisível na vida de alguém? Sim, a fabulosa arte do sutil, do "não ser notado".

Assistindo a uma peça de nome "NU DE MIM MESMO", em uma dessas oportunidades culturais raras que minha cidade oferece, um dos atores falava justamente disso, da criação de uma lista onde você é um ser invisível. Exemplo:

- Um homem parado no sinal, retira os óculos e os limpa com o olhar pensativo. (Em que pensava? nunca saberemos.)
- Uma senhora sentada no banco da praça de um shopping, lendo um livro de auto-ajuda. (problemas conjugais? )
e a lista continua...
- Um jovem sentado num desses coffe express, gira repetidamente a xícara, passando o dedo suavemente pela borda. (Vale ressaltar que todos esse fatos aconteceram na vida real, todos eles os presenciei)

Não se trata apenas de curiosidade, da vontade de saber da vida alheia. O ser invisível vai além dessas conjecturas. Enquanto olho o outro, reflito sobre meus próprios problemas. Ninguém é perfeito, ninguém é 100% feliz, a magia da vida está justamente na forma como cada um lida com suas adversidades.

domingo, 8 de agosto de 2010

Magnólia...

Depois de várias tentativas frustadas, consegui assisti MAGNÓLIA. Sabe aqueles filmes que você tem que assistir duas ou três vezes para entender a real mensagem? Esse é um deles. O curioso não foi isso, mas ver esse filme hoje, particularmente hoje, me deixou mais depressiva que de costume. No filme, após uma "chuva bizarra de sapos", um dos personagens comenta sobre a dificuldade que tem em perdoar, em dar uma segunda chance a alguém. Ironicamente hoje, dia dos pais, eu também não consigo.

Sei que tenho todos os motivos do mundo para assumir tal decisão, mas essa é uma dor só minha. No dia dos pais, não conseguir ir ver àquele que lhe deu a vida, seu genitor, é torturante. Poderia usar a sociedade, a igreja, os conceitos familiares para amenisar minha culpa, mas não sou covarde o suficiente para me esconder atrás dessa montanha de futilidades. Gosto de assumir minhas imperfeições.

E enquanto àquele personagem questionáva-se sobre o perdão dentro do seu carro, eu, sentada à frente da televisão com minha xícara de café em punho, também me questionava sobre os rumos daquele domingo que deveria ser em família, com sorrisos e abraços fraternos. Sem conseguir o alivio da resposta, chorei.

Sai de casa, fui caminhar por ruas estreitas e parei na casa de um amigo querido, conversamos futilidades como de costume, mas as tais duvidas ainda povoavem meus pensamentos. Inquieta, voltei para casa.

Ao chegar ao meu apartamento, encontrei enrolada na porta uma flor. Olhei para os lados atrás do benfeitor da delicadeza do gesto, não o encontrei. Entrei em casa com um leve sorriso a face. Seria aquilo o perdão que buscava? Ou apenas mais uma coincidência da vida? Coincidências não existem, afirmou o filme.

Minha vida durante o dia inteiro caminhou em paralelo ao MAGNÓLIA, como se fizesse parte daquela história, seguindo um roteiro, mas escrito por quem? Deixo a critério do destino tal descoberta.

Mas àquele flor ainda me intriga. Quem a deixou? O que significa? Porquê hoje?
Embora o anonimato do gesto ainda me confunda, a FLOR, essa sim, ainda permanece comigo.

De volta a ativa...

Atire a primeira pedra quem nunca teve um blog e depois o deletou sem nenhum motivo aparente? A pois... comigo aconteceu da mesma forma, na verdade aquele blog nunca foi meu, o doei a alguém que não o quis, natural, as pessoas tem direito a fazerem escolhas, chamam isso de livre árbitrio, é claro que nada foi indolor, mas sobrevivi.
Minha grande dificuldade agora, é encontrar outra fonte de inspiração. Quando se está apaixonada as coisas já fluem com natureza poética, com rimas e versos bem formulados. E agora? Começo por onde? Não sei escrever sobre fantasias e histórias ficticias. Gosto de falar do real, do tangível.
Pensei em transformar esse canto em algo superficial, uma janela para meus trabalhos e conceitos profissionais, mas creio que não saberia como mantê-lo dessa forma. Falarei de mim, de meus desvaneios, angústias e tristezas, sendo essa última a mais emocionante de todas, já que a felicidade pouco me inspira, atraio-me pelo nostálgico. Não sei escrever poesias e desaprendi a fazer cartas de amor, mas tentarei me pôr sempre como protagonista em todas as histórias. Afinal nenhuma vida é mais importante que a minha. Por tanto, fiquem à vontade. Fecharei essa porta quando julgar necessário.